O que é?
A doença de Alzheimer é um transtorno que afeta a neurocognição e é causado pelo acúmulo de proteínas beta-amiloides mal pregadas e de emaranhados neurofibrilares de proteína tau que afetam o citoesqueleto dos neurônios e ocasionam a sua morte.
Sua principal característica é a perda de memória recente.
A doença de Alzheimer é o tipo mais frequente de demência.


Início dos sintomas e progressão da doença
A forma típica da doença costuma se manifestar inicialmente com falhas de memória, principalmente com a dificuldade de se lembrar de episódios do dia a dia, como por exemplo, lembrar de recados, notícias recentes, repetem as mesmas perguntas, comentários e narrativas.
O comprometimento na memória evolui para outras alterações cognitivas prejudicando também a linguagem e as funções executivas. Este período da doença está caracterizado por dificuldade para lembrar de informações imediatas (memória de trabalho), diminuição da flexibilidade cognitiva que permite mudar de estratégia ou foco quando necessário e dificuldades no autocontrole, com problemas para resistir a impulsos e manter o foco.
Posteriormente, a doença de Alzheimer evolui para a fase de demência propriamente dita. Neste ponto, os sintomas interferem nas atividades da vida diária.




Sintomas Neuropsiquiátricos na Memória
Repetir informações e perguntas uma e outra vez.
Esquecer conversar, agendamentos médicos e eventos.
Perder objetos e, com frequência, colocá-los em lugares sem sentido.
Perder-se em lugares conhecidos.
Com o tempo, esquecer o nome de familiares e de objetos de uso cotidiano.
Ter problemas para encontrar o nome adequado de objetos, para expressar pensamentos ou para participar das conversas.
Doença de Alzheimer
Sintomas Neuropsiquiátricos no Comportamento
Depressão
Perda de interesse pelas atividades
Isolamento social
Mudanças no estado de ânimo
Desconfiança de outras pessoas
Ira ou agressividade
Mudanças no padrão de sono
Desorientação
Desinibição
Delírios
Existem outros tipos demências que são menos frequentes que a doença de Alzheimer. Todos os tipos de demência, de uma maneira ou de outra, apresentarão sintomas neuropsiquiátricos na cognição e no comportamento. Alguns exemplos de outras demências e suas principais características se encontram abaixo.
Demência fronto-temporal: se caracteriza principalmente pelo fato de que já no início do quadro o paciente apresenta mudanças no comportamento (desinibição, apatia, perda da simpatia ou empatia, comportamento estereotipado ou ritualístico) ou na linguagem (declínio na forma de produzir a fala e na gramática, não encontra palavras, não consegue nomear objetos, não compreende algumas palavras).
Comprometimento cognitivo vascular: este tipo de demência está relacionada principalmente aos acidentes cerebrovasculares (ACVs). Os sintomas variam a depender da região do cérebro afetada, mas, de maneira invariável, há algum nível de comprometimento cognitivo. As alterações comportamentais também são comuns.
Demência na doença de Parkinson: nos estágios mais avançados da doença de Parkinson, os pacientes desenvolvem sintomas cognitivos similares aos das outras demências.
Demência com corpos de Levy: esse tipo de doença se caracteriza principalmente pelo fato dos sintomas cognitivos serem flutuantes, por alucinações visuais complexas e por tremores similares aos da doença de Parkinson.


Outros Tipos de Demência
Como é realizado o tratamento?


Tratamento com Medicamentos
Até o momento, não existe nenhum tratamento que cure as demências. Os medicamentos disponíveis servem para estabilizar ou diminuir a velocidade da progressão da doença.
Por outro lado, os sintomas comportamentais podem ser tratados com diferentes tipos de medicamentos psiquiátricos. O objetivo é diminuir o sofrimento do paciente, melhorar a sua qualidade de vida e diminuir o impacto da doença sobre a família.
Tratamento Não Medicamentoso
Intervenções psicossociais/psicoeducativas: abordagens psicoeducacionais e cognitivo-comportamentais, como o automonitoramento, reenquadramento cognitivo, técnicas de gerenciamento do humor, treinamento baseado em mindfulness podem melhorar os sintomas neuropsiquiátricos.
Terapia de reminiscência (RT): é um tipo de terapia em grupo onde os pacientes se encontram para recordar memórias autobiográficas.
Musicoterapia/dança: estes tipos de terapia apresentam bons resultados na memória, humor e sintomas neuropsiquiátricos.
Intervenções relacionadas ao estilo de vida: acupuntura e exercício físico apresentaram melhora na cognição e nos sintomas neuropsiquiátricos, respectivamente. A terapia ocupacional e a fisioterapia tendem a melhorar o funcionamento e retardar o declínio físico.


Como descrito anteriormente a doença de Alzheimer e as outras demências apresentam distúrbios na cognição e no comportamento. Por tanto, essas patologias demostram uma interligação entre neurologia, psiquiatria e clínica médica.
De maneira bem resumida, na prática médica diária, os neurologistas tratariam principalmente os sintomas relacionados com a parte neurológica e cognição, por exemplo, os sintomas relacionados com a perda de memória.
No dia a dia, os psiquiatras geralmente são os responsáveis do tratamento dos sintomas que afetam o comportamento e a afetividade. Por exemplo, podem utilizar medicamentos para aqueles pacientes que apresentam insônia, agressividade, depressão, delírios e alucinações.
Os psicólogos trabalham em conjunto com os neurologistas e psiquiatras principalmente nos programas citados anteriormente que focam na reabilitação cognitiva, na melhoria da qualidade de vida e dos sintomas neuropsiquiátricos.


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