Primeiramente: o que é a psicose?
A esquizofrenia é a síndrome psicótica mais conhecida. Por isso, é importante esclarecermos o que é a psicose antes de falarmos de esquizofrenia. O conceito de psicose muitas vezes é mal entendido e utilizado de forma incorreta na cultura popular e mesmo entre profissionais de saúde, o que pode levar a erros de diagnóstico e ao estigma.
A psicose é um conjunto de sintomas que inclui a presença de delírios, alucinações, comportamento desorganizado, discurso desorganizado e perda do juízo crítico da realidade.


Esquizofrenia
Delírios
Ocorrem quando o paciente acredita em algo que não é verdadeiro de maneira fixa e patológica. Os pacientes acreditam nesses delírios com uma convicção extraordinária e não são suscetíveis à mudança. Os delírios são crenças improváveis ou impossíveis de acontecerem.
Um exemplo de delírio seria se uma pessoa acreditasse que uma força externa está perseguindo a ela e a sua família para transformar-los em árvores.


Alucinações
As alucinações são percepções dos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar) que ocorrem sem a presença de um estímulo do ambiente. Ou seja, a pessoa pode ver, ouvir, cheirar, sentir ou saborear estímulos que não existem.
As alucinações auditivas são as mais comuns em pessoas com psicose.
As vozes ouvidas nas alucinações podem ser de diferentes tipos e dizer coisas variadas, como dar ordens, comentar ou conversar sobre a si ou sobre outros.


Desorganização
Desorganização na fala: pode haver uma diminuição da fluência, presença de neologismos (palavras inventadas) e desorganização do discurso.
Desorganização no comportamento motor: o paciente pode ficar agitado e violento. Também pode haver catatonia, ou seja, o paciente fica paralisado física e mentalmente. Alguns paciente podem apresentar comportamento socialmente inadequado, falando palavrões ou exibindo comportamento sexual inadequado.


Esquizofrenia e seus sintomas
A esquizofrenia é uma síndrome psicótica que se caracteriza por comprometimentos cognitivos e emocionais.
Os sintomas são divididos em dois grupos: positivos e negativos.
Sintomas positivos: delírios, alucinações, conduta extravagante e desorganizada.
Sintomas negativos: falta de expressão das emoções, rosto inexpressivo, apatia, falta de vontade, isolamento e falta de cuidado pessoal. Em casos graves, pode haver catatonia completa.


Tratamento com medicamentos
A esquizofrenia e os demais transtornos psicóticos são tratados principalmente com medicamentos antipsicóticos. Esses fármacos bloqueiam os receptores da dopamina. Infelizmente, esses remédios também bloqueiam outros receptores, o que faz com que os pacientes apresentem muitos efeitos colaterais.
Em muitos casos, o tratamento a longo prazo pode ser necessário, inclusive podendo ser por tempo indefinido.
Outros medicamentos psiquiátricos também podem ser necessários, como ansiolíticos, estabilizadores do humor, antidepressivos e anticonvulsivantes.
Tratamento não medicamentoso
Alguns pacientes precisam de internação hospitalar.
Os programas de hospital-dia ou hospitalizações parciais podem ser benéficos para pacientes com esquizofrenia que não precisam de hospitalização completa.
A psicoterapia pode ser útil para ajudar os pacientes a lidar com seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
A terapia ocupacional pode ajudar os pacientes a desenvolver habilidades sociais e de trabalho.
O suporte da família e da comunidade podem ser cruciais para ajudar os pacientes a lidar com o estigma associado aos transtornos psicóticos.

